Eduardo Bolsonaro diz atuar para impedir diálogo de senadores brasileiros nos EUA

Brasília — O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que está trabalhando para que a comitiva de senadores brasileiros que viajou aos Estados Unidos não consiga abrir canais de diálogo com autoridades norte-americanas. A declaração foi dada em entrevista ao SBT News, na qual o parlamentar reforçou críticas à missão oficial.

A viagem da comitiva tem como objetivo tratar das tarifas comerciais impostas recentemente por autoridades norte-americanas, que preveem taxação de 50% sobre produtos brasileiros, especialmente em áreas como aço e alumínio.

Segundo Eduardo Bolsonaro, os senadores que compõem a missão não representam de forma legítima os interesses nacionais. "Trabalho para que eles não encontrem diálogo. Esse tipo de pessoa só promove acordos de meio-termo, que não resolvem nada", afirmou.

Críticas à atuação da missão parlamentar

A comitiva é composta por oito senadores de diferentes partidos — entre eles nomes da base do governo e da oposição. Eles buscam sensibilizar congressistas e entidades norte-americanas sobre os impactos das tarifas à economia brasileira, além de apresentar um contraponto à narrativa de que o Brasil estaria enfrentando uma suposta “perseguição institucional”.

A iniciativa dos senadores ocorre em meio a tensões diplomáticas entre os dois países, intensificadas após declarações do ex-presidente Donald Trump, que atribuiu sanções a um suposto cerceamento de liberdades no Brasil.

O senador Rogério Carvalho (PT-SE), um dos integrantes da missão, reagiu às declarações de Eduardo Bolsonaro. "Ele está agindo contra os interesses do país. Sabotar uma missão oficial só prejudica os brasileiros", afirmou.

Tarifas e tensões diplomáticas

A tarifa de 50% imposta pelo governo norte-americano está prevista para entrar em vigor no início de agosto. A medida gerou reação do governo brasileiro e de setores produtivos, especialmente da indústria. A missão parlamentar nos Estados Unidos tenta atenuar os efeitos das sanções e fortalecer o diálogo bilateral.

Mesmo sem agenda oficial com o governo dos EUA, os senadores têm encontros com parlamentares, representantes de câmaras de comércio e lideranças empresariais.

Eduardo reforça tom ideológico

Durante a entrevista, Eduardo Bolsonaro elevou o tom político e comparou o momento atual a uma “guerra”. “Não estamos em tempos de paz. Ou a gente vence ou será vencido”, disse. Ele também criticou decisões do Supremo Tribunal Federal e afirmou que o Judiciário brasileiro estaria tentando interferir no posicionamento dos Estados Unidos.

A postura do deputado tem gerado controvérsia, inclusive entre apoiadores, ao demonstrar alinhamento direto com medidas tomadas por aliados estrangeiros em detrimento de esforços diplomáticos conduzidos por representantes do Legislativo.