Trump planeja tarifa global de até 20%, mas Brasil seguirá com taxação de 50%

Decisão reforça sanção aplicada ao Brasil após julgamento de Bolsonaro e acirra tensões comerciais com os Estados Unidos

MUNDO

Foto: Allison Robertt

7/25/20252 min read

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a intenção de implementar uma tarifa de 15% a 20% sobre produtos importados de países que não firmarem acordos comerciais bilaterais com os EUA até 1º de agosto. A medida, segundo ele, visa “proteger empregos americanos e pressionar governos estrangeiros”.

No entanto, o Brasil não será beneficiado pela nova alíquota reduzida. O país continuará sujeito a uma tarifa de 50%, em vigor desde o início do mês, como retaliação ao julgamento e à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Segundo Trump, essa tarifa excepcional ao Brasil é uma resposta direta ao que ele classificou como “perseguição política” ao aliado conservador. A medida foi anunciada dias após a condenação de Bolsonaro por obstrução de Justiça, decisão criticada por aliados de Trump nos Estados Unidos.

Impactos para o Brasil

A taxação extra afeta diretamente setores como agronegócio, mineração e siderurgia, que possuem forte presença no mercado americano. Exportadores de carne bovina, por exemplo, já relatam quedas nos contratos e perda de competitividade.

Empresas do setor estimam que a manutenção da tarifa de 50% poderá causar prejuízos superiores a R$ 5 bilhões apenas neste segundo semestre.

Governo brasileiro reage

O Palácio do Planalto considera a medida uma forma de pressão política inaceitável e já estuda formas de recorrer a organismos internacionais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o Brasil não aceitará “interferências externas que tentem intimidar suas instituições”.

Além disso, o governo brasileiro avalia medidas de reciprocidade comercial e negociações com parceiros alternativos, como China, União Europeia e países do Mercosul.

A estratégia de Trump

Trump tem reforçado seu discurso protecionista em meio à campanha eleitoral nos Estados Unidos. A promessa de tarifas sobre países sem acordo comercial tem sido apresentada como parte de seu plano para “restaurar a indústria americana”.

Durante evento recente, o republicano criticou duramente países que, segundo ele, “se aproveitam da abertura do mercado dos EUA”, e reiterou sua lealdade a aliados políticos conservadores no cenário internacional.